quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Bora Ouvir Fincabaute – Coisa de Maluco?


XVI… Eita, que XVI, hein? Sei não viu! XVI só pode tá de brincation, né não? Que XVI é esse? Se XVI não existisse, alguém precisaria inventá-lo. XVI é coisa de maluco!


Trump virou “o cara”. Os ingleses não querem mais ser da Europa. Os colombianos não querem saber de acordo com as FARC. Por aqui, as excelências votaram o impeachment pelas suas famílias. E a Odebrecht jogou no ventilador e ligou no 3! Rapaz…


Tá tudo um caos. Uma zona! O que há de ser de nós?


Sem nenhuma segurança jurídica, os negócios não andam. A economia desce morro abaixo em avalanche. O desemprego é um dos fatores com maior potencial para arruinar a vida das pessoas e estragar um ano.


Eu conheço gente que acha que XVI já acabou várias vezes. Pra outras pessoas, XVI não vai acabar nunca. E tem gente que acha que vai rolar em 31/12, mesmo:





























XVI é coisa de maluco


Esse post é sobre comportamento humano. Sobre a maluquez. Sobre coisas “de maluco” que nós fazemos. E sobre as regras da sociedade: sobre o que é socialmente aceito ou não, o que é politicamente correto ou não e o que é maluquez, mas só para quem não é louco.





O que acharemos dessa imagem daqui a 10 anos? O que acharemos no futuro de vários comportamentos que hoje parecem absolutamente normais?


O que nós achamos hoje, nesse crazy XVI, de vários dos comportamentos descritos na música tema do post (que é de 1997)?




Finca o quê, macho?


Fincabaute!





Agora, fale em voz alta, cinco vezes seguidas e sem gaguejar nem errar: Fincabaute! Fincabaute! Fincabaute! Fincabaute! Fincabaute!


Sabe aquela banda de megasucesso de uma música só?


Think about. Pense sobre.


E vai filosofia até umas horas.


As rimas são bem simples tanto quanto a melodia, mas a música é boa. E chiclete! (Que “é uma borracha que não derrete: coisa de maluco”).


Um enredo bem construindo nos provocando sobre vários dos nossos comportamentos.


A banda dera uma parada (?), mas agora estão tocando (?) juntos novamente.




É o duelo poético


Inspirados no sucesso do duelo poético anterior…




...vamos fazer um novo duelo poético aqui no blog.


A Coisa de Maluco do Fincabaute vem desafiar A Poesia do Maluco Zé Biromba, direto do nosso livro Miragens. É cordel na veia! E, no final, a gente sobe o som.




Coisa de Maluco (Fincabaute)


É coisa de maluco
Alguém falou
O segredo do outro
Que o outro me contou


É coisa de maluco
Dizer que ama
Só pra levar
Mais uma pra cama


É coisa de maluco
Ninguém obedece
Sinal de trânsito
Faixa de pedestre


É coisa de maluco
Parar o carro
E ter que pagar
Pra não ser roubado


É coisa de maluco
É coisa de maluco
É coisa de maluco


É coisa de maluco
Mas acontece
Depois que o cara morre
É que a gente reconhece


É coisa de maluco
Dar beijo na boca
Ficar passando
Uma língua na outra


É coisa de maluco
A Núbia de Oliveira
A Vera Fisher
E a Isadora Ribeiro


É coisa de maluco
Mas ninguém quer
Ficar comendo sempre
A mesma mulher


(coro)


É coisa de maluco
É o maior nojo
Encontrar um cabelinho
No prato de miojo


É coisa de maluco
Mas a polícia
Vai ter que pegar
A própria polícia


É coisa de maluco
Comer chiclete
Uma borracha
Que não derrete


É coisa de maluco
Mas enriquece
O bispo disse:
"Ou dá ou desce"


(coro)


É coisa de maluco
Mas tem gente que gosta
De vela derretida
E chicotada nas costas


É coisa de maluco
Aguentar o mosquito
A noite toda
Zunindo no ouvido


É coisa de maluco
Trabalhar o mês inteiro
Depois não ver
A cor do dinheiro


É coisa de maluco
Mas eu queria
Ver todo mundo
Transbordando de alegria


(coro)




A Poesia do Maluco Zé Biromba (Paulo de Tarso, no livro Miragens)


A história que vou contar
Não é a história da bomba
Não fala de natureza
Nem de aves, de pomba
A história que vou contar
É do maluco Zé Biromba.


Quando Zé Biromba nasceu
O médico ficou assustado
Talvez faltasse uma parte
O menino saíra apressado
Pois perfeito ele não era
Algo parecia errado.


Teve uma infância agitada
Inquieto como criança
Participou na Igreja
Do coral e do grupo de dança
E foi só na adolescência
Que todos perceberam a mudança.


Zé Biromba era diferente
Era um sujeito esquisito
Andava de lá pra cá
De vez em quando um grito
E em critério de beleza
Era o contrário de bonito.


Zé Biromba era cantor
Cantava o dia inteiro
Cantava no meio da rua
Cantava no banheiro
Ele espantava a todos
Com seu jeito passarinheiro.


Zé Biromba cantava tudo
Seu repertório era uma estranheza
Cantava rock, cantava forró
MPB e samba-de-mesa
Mas a sua música favorita
Era a do maluco beleza.


Mais engraçado ainda
Era o Zé atordoado
Andava em círculos na praça
Com o passo bem apressado
Andava mais de mil metros
Em vez de ficar parado.


E infeliz era a moça
Que ganhasse seu coração
Pois Zé Biromba apaixonado
Era um perigo sem descrição
Ele ficava alucinado
E começava a perseguição.


A moça ficava em casa
Nem pensava em sair
Pois o apaixonado Zé
Iria lhe perseguir
A única alternativa
Que restava era fugir.


E seus concidadãos
Se orgulham dessa figura
Todos o consideram
Parte de sua cultura
Zé Biromba é famoso
Só por sua loucura.






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Sobe o SOM!








POST SCRIPTUM


Dia primeiro, vai ser só uma mudançazinha de um número. XVI vai ganhar mais um I e o sábado vai virar domingo, como tantas vezes já aconteceu. Mas tem a numerologia, o ano civil, o ano fiscal, o show da virada, os fogos, a possibilidade macabra de eleições indiretas para presidente… Alguma coisa vai mudar mesmo.


E mesmo que não mude, ainda há a nossa eterna obrigação de nos mantermos otimistas.


Feliz 2017!







Ei, psiu, se liga…
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