A
hashtag
#BoraOuvirUmaNoSãoJoão
segue
trabalhando
pesado nesse mês e agora vamos falar das quadrilhas.
Não,
cara, já deu pra entender que não é sobre corrupção.
É
sobre o poeminha
genial
que Carlos Drummond de Andrade fez
em homenagem à dança nordestina/francesa:
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que
amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que
não amava ninguém.
João
foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo
morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim
suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que
não tinha entrado na história
Se você gosta de poesia, não deixe de ler o nosso livro Miragens:
Em
1973, Chico Buarque recebeu uma encomenda para o filme “Vai
Trabalhar, Vagabundo” e para a peça “Gota D'Água” e
resolveu homenagear Drummond. Temos,
assim, a homenagem
da homenagem.
É
a genialidade do Chico Buarque numa letra enjoada com um jogo de
palavras lúdico e muitas repetições de sílabas e sons. Chega a
ser quase um trava-língua.
É
a
música Flor
da Idade que
retrata marotamente
o
desabrochar dos adolescentes para a vida sexual.
Esse
jogo de sílabas constrói uma sonoridade espetacular e esse é o
primeiro elogio que o Oswaldo Montenegro faz no vídeo abaixo.
É essa sonoridade a deixa para a homenagem de Oswaldo a Chico e,
assim, chegamos a homenagem
da homenagem da homenagem.
Oswaldo
Montenegro
fez múltiplas gravações para que a música conseguisse ter “várias
vozes” em uma comunhão maravilhosa. É show de cantoria. É aula
de canto com direito a teoria pesada no início do vídeo.
A
percussão gostosa vem ao ritmo de castanholas e palmas e, num dado
momento, a banda se cala para que os protagonistas da interpretação
brilhem mais ainda. Ficamos então só com castanholas, palmas e
vocais. É ES-PE-TA-CU-LAR!
E
foi por tudo isso que eu resolvi hoje homenagear o Oswaldo
Montenegro. E agora é a
homenagem
da homenagem da homenagem da homenagem,
no
post com mais homenagens da história do blog:
Bora
Ouvir Uma homenageia Oswaldo
que
homenageia Chico
que
homenageia Drummond
que
homenageia a quadrilha
que
homenageia todo mundo.
Compartilhe
o blog. Compartilhe músicas boas com a gente.
Sobe
o SOM!
Flor
da Idade
A
gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra
ver Maria
A
gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A
porta dela não tem tramela
A
janela é sem gelosia
Nem
desconfia
Ai,
a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
Na
hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A
armadilha
A
mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela
vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que
maravilha
Ai,
o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor
Vê
passar ela, como dança, balança, avança e recua
A
gente sua
A
roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada,
dada, à danada agrada andar seminua
E
continua
Ai,
a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
Carlos
amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo que amava
Juca que amava Dora que amava
Carlos
amava Dora que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Dito que amava Rita que amava
Carlos
amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que
amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Um
abraço.
Ei, psiu, se liga…
Dá para ficar sabendo das novidades do blog pelas redes sociais. Sigam-me os bons!
Conheça a minha obra completa em:
Mto mto massa este post. Compartilhei. Hj o dia é dele.
ResponderExcluirValeu, bicho.
ExcluirFicou do caralho mesmo. Fiquei bem realizado.
Obrigado por tudo.