quinta-feira, 23 de março de 2017

Bora Ouvir Baião de Dois?






E o blog vai misturar os sentidos de novo, hein? Bora ouvir uma comida? :P


E esse negócio de sinestesia alucinada é o tema de uma das nossas melhores poesias, diretamente do livro Miragens:




Nas minhas primeiras idas ao Rio de Janeiro a trabalho, os colegas nativos pediram uma picanha assada pro almoço. Quando me pediram para escolher o acompanhamento, eu não tive dúvidas: rapaz, carne assada é bom com baião de dois!


Todo mundo que estava no restaurante riu de mim. E o garçom, em tom de deboche, me explicou que baião de dois, no Rio de Janeiro, só no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, também conhecido como Feira de São Cristóvão.


Eu fiquei tão decepcionado com a descoberta que nem tive tempo de ficar chateado com o bullying.







O baião de dois é basicamente cozinhar o arroz junto com o feijão. A receita raiz leva arroz, feijão, água e sal. Agora tem milhares de variantes Nutella com: cheiro verde, pimenta de cheiro, cebola, tomate, queijo, nata, manteiga, leite, charque, calabresa, e, se brincar, até com Nutella tem.


Na Paraíba, ele é mais conhecido como Rubacão.








Em 2004, eu cheguei em Várzea Alegre e falei para a Alânia Tavares: “A gente bem que podia se juntar de vez”. Ela disse sim e nós fomos compartilhar a quinta maior cidade do Brasil. Somente 3 anos depois a gente teve condições para oficializar um matrimônio. E estamos comendo baião de dois juntos até hoje.








Acho que o safadão nunca vai conseguir fazer uma música dessas. Mesmo com todo o apoio da mídia e da massa, ele não deixará um legado para as futuras gerações, como essa canção que já ouvimos há duas décadas.


É praticamente um hino que retrata os costumes sertanejos. E é mais uma de Luiz Fidélis, que já foi devidamente reverenciado aqui no blog:




Que poesia! Que música! Como esse cara fez isso?


E olha a palavrinha da moda "compartilhar" que o cara já compartilhava há 20 anos...


A gente bem que podia
Se juntar de vez
Compartilhar de novo
O nosso sertão.

Acordar ouvindo
O chocalho da rês
A gente bem que podia
Se juntar de vez.

Tá de manhã no curral
Tomar um leite mais puro
Cantar varrendo o muro
Do nosso quintal.

Colher tomate, cebola
Banho de açude, almoçar
De noite um bom baião de dois
Pra que deixar pra depois
Se a gente pode se amar.



Compartilhe o blog. Compartilhe músicas boas com a gente.


Sobe o SOM!


\o/ Com Luiz Fidélis

Olha o cara aí, gente!

Em um documentário riquíssimo produzido pela Somzoom, ele fala sobre composição, inspiração, música e forró. E, claro, manda ver no violão mais de uma dezena de clássicos do cancioneiro popular que ele nos deu.

A música do post já é a primeira e começa por volta de 1 minuto e 30 segundos.

E eu nunca me canso de agradecer pelo Youtube: a maravilha tecnológica que nos possibilita termos acesso a uma riqueza cultural tão grande.

Não é possível que esse vídeo só tenha 20 mil visualizações. Assistam, por favor. Um artista desse nível e com todo esse legado precisa ser muito reverenciado em vida:







\o/ Com Mastruz com Leite

Aqui em uma versão acelerada de forrozão! Talvez, a versão que está mais marcada no inconsciente popular porque esse disco tocou demais Nordeste afora, conforme relatamos em um post próprio:




Essa versão saiu em um pot-pourri junto com a música Cavalo Lampião que vem na mesma pegada:







\o/ Com Mel com Terra

Aqui com a “dona” da música, Mel com Terra, quem primeiro gravou esse clássico. Parecia impossível, mas eles conseguiram acelerar ainda mais a versão do Mastruz com Leite. Essa é a minha versão favorita e vem novamente em um pot-pourri junto com a música Cavalo Lampião.







POST SCRIPTUM


\o/ Com o Professor Cláudio Nóbrega

Aqui com o Professor Cláudio Nóbrega que vem nos ensinar a tocar esse clássico na sanfona. É demais ver o balançado da sanfona:






É muita onda né, não? Um cabra que não sabe tocar nem triângulo querendo aprender a tocar sanfona?



POST SCRIPTUM 2


Já falei que às vezes tenho a sensação de que não sou eu quem está escrevendo. Eu escrevi esse post há duas semanas, bem antes de estourar a história das carnes estragadas. E o post se tornou ainda mais pertinente, com muita gente tendo vontade de levar uma vida mais simples e ter o seu próprio sítio para criar suas plantas e bichos, em busca de mais segurança alimentar e qualidade de vida. Não é não?





Um abração de baião de dois.


Ei, psiu, se liga…
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